poesia, Carlos Lopes Pires

domingo, 25 de agosto de 2024

 

os meus poemas

 

que não têm

literatura ou arte

 

são de tudo isso

estranhamentos

 

imagino o mesmo do

escaravelho

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

 

creio nas baratas

e no ar que respiram

 

não creio na literatura

 

creio no silêncio

do que não entendo

e creio nas baratas

 

que sabem

os seus atalhos

 

mas não creio

na literatura

 

creio nos anjos

que ainda ninguém viu

e creio nas baratas

 

que não têm segredos

 

e ainda assim

não creio na literatura

domingo, 11 de agosto de 2024

 

o que não vês

o que não ouves

o que não tocas nem percebes

é realmente o que está

 

talvez queiras compreender

e então escreves poemas

que são a tua vida

 

não para a tornar um engano

 

mas para dar um sentimento

ao que não podes alcançar

 

na tua própria existência

 

o universo não foi criado

de algo

que já houvesse

 

foi dele mesmo

como se fosse uma rosa

 

dela mesma

como se fosse chuva

 

nenhuma mão

que não fosse a tua

sábado, 10 de agosto de 2024

 

91

 

leve é o

voo do caminho

mais iluminado

 

iluminada é a

sombra que revela

 

por ambos

segue o pássaro