a formiga a rã
o pássaro o gato
o quintal e o charco
o sol a chuva
a eira no outono
e tudo o que foi
e depois
se tornou pó
a pergunta de sócrates
não tem resposta
neste mundo
não posso pedir-te que venhas comigo. nem posso pedir-te que vejas o mesmo que eu vejo. cada qual transporta a si mesmo. também não posso pedir-te que saibas do que eu sei e que todos os dias me acontece desde há muito. repara: estou cego e um cego não pode pedir aos outros que vejam o que ele mesmo não sabe que vê.
foi o dia da cura
e os que
não viam
viram que
não estavam sós
os que
sofriam
sofreram
com as mãos
mais
abertas
os que não
andavam
souberam
de caminhos
que não
são de andar
os
famintos trocaram o pão
por uma
outra coisa
que já
tinham
algumas
crianças que brincavam
uma mulher
que passava
dois
amigos abraçados
todos
souberam
que não
era tarde
e foram
também curados