poesia, Carlos Lopes Pires

sábado, 17 de agosto de 2019

                            aos amigos


quando éramos estranhos

não existiam janelas
entre a tua casa
e a minha rua

nem havia aquelas noites
quase iguais às estrelas

o que havia
era uma distância inútil
a lembrar outubro

só mais tarde soube
que outra coisa habitava
as tuas mãos

e eras tu

e que lá dentro havia uma voz
e um coração

que por seu turno
agora pertencem a um desenho

onde escrevi o teu nome

                       (in onde as maçãs crescem, 2020)

quarta-feira, 14 de agosto de 2019


sê simples

nenhuma viagem
dura sempre

compreende
que todos os lugares
são de chegada e partida

depois
apaga tu
o teu nome

da janela

               (in onde as maçãs crescem, 2020)

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

                aos amigos neste dia 7 de agosto de 2019


como uma rosa aberta
no coração

levarei comigo
o teu nome 

                        (in onde as maçãs crescem, 2020)

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

morrer
é apagar-se
o teu nome

na janela 

                (in onde as maçãs crescem, 2020)