poesia, Carlos Lopes Pires

sábado, 17 de agosto de 2019

                            aos amigos


quando éramos estranhos

não existiam janelas
entre a tua casa
e a minha rua

nem havia aquelas noites
quase iguais às estrelas

o que havia
era uma distância inútil
a lembrar outubro

só mais tarde soube
que outra coisa habitava
as tuas mãos

e eras tu

e que lá dentro havia uma voz
e um coração

que por seu turno
agora pertencem a um desenho

onde escrevi o teu nome

                       (in onde as maçãs crescem, 2020)

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