poesia, Carlos Lopes Pires

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

                 epitáfio para ninguém


ninguém
pára para ouvir-te

as árvores

já não se movem

os muros as paredes
e as casas
 
as grandes coisas do mundo
que espessamente duras
resistem a tanta coisa infrágil
 
nada definem agora em ti
 
este é o silêncio
que não te foi prometido
 
esta é a glória das rosas
e dos peixes
 
que repousam

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