poesia, Carlos Lopes Pires

sábado, 1 de janeiro de 2022

uma vez alguém perguntou ao poeta da ignorância

 

 

escreves para alguém?

sim, para ninguém

 

e onde está ninguém?

está ausente

 

e como é?

não sei

 

e como sabes que está, se é ausente?

a sua ausência impõe-se a tudo

 

é então uma ausência presente?

não. é de uma completa ausência.

tanta que me ocupa em todo o lado. é um sem-lugar

 

mas esperas um dia encontrá-lo?

Já encontrei

 

não entendo…

também eu não

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