poesia, Carlos Lopes Pires

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

possivelmente
 
todos teremos perdido
de vista alguém
neste ano que agora passa

um lugar a menos na mesa
na rua ou no autocarro

uma voz que já só vive
nos retratos

uma ausência
que agora notamos mais
na forma de um desgosto

ou no vazio sentido no peito
porque possivelmente aí morava

já que todas as presenças
ocupam partes do nosso corpo

e depois são como as maçãs
em falta numa árvore

possivelmente
desejamos que no próximo ano
se mantenha tudo como está

as mesmas árvores
as mesmas aves
e as mesmas mãos que definem
cada um
dos nossos amigos

e possivelmente sabemos
que jamais será assim


3 comentários:

  1. Que este Novo Ano de calendário terrestre te traga as maiores realizações pessoais, profissionais e... muita POESIA. O teu 28º livro de poesia aí está já no prelo (confirma-se Março para a sua apresentação ao povo?), mas os teus amigos e leitores já assumiram uma certeza. Enquanto por cá andares, todos os anos publicarás um livro de Poesia.
    Muitas Felicidades, caro amigo.
    (respondi-te a este poema por emeile), se calhar até já o viste!)

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  2. A Olga RReis no Facebook usou este poema para fazer uma homenagem ao pai dela, recentemente falecido.
    Vou ver se coloco aqui o endereço dessa partilha. Autor devidamente identificado.

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  3. https://www.facebook.com/olga.reis.568/posts/1174990465984501

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