não posso pedir-te que venhas comigo. nem posso pedir-te que vejas o mesmo que eu vejo. cada qual transporta a si mesmo. também não posso pedir-te que saibas do que eu sei e que todos os dias me acontece desde há muito. repara: estou cego e um cego não pode pedir aos outros que vejam o que ele mesmo não sabe que vê.
poesia, Carlos Lopes Pires
segunda-feira, 22 de julho de 2019
ó
Deus
criador
de todas as coisas
que
não conhecem o seu lugar
fabricador
do exílio que
há no coração humano
essa
ausência que se presta
a
divagações sem fim
e
que afinal nunca estás
senão
na falta que nos fazes
(in onde as maçãs crescem, 2020)
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