quando lhe disseram que os seus poemas não são literatura/ nem se coadunam com as linhas da renovada poesia moderna// ele respirou de alívio/ encostou-se ao pessegueiro do quintal e sorriu para algumas abelhas/ que por ali andavam// juntou nas mãos um pouco de chuva da noite anterior/ e em duas abriu as mãos/ para que não se fizesse ainda tarde/ nos dois lados do mundo/ que eram um só no seu coração// e foi então que alguém lhe disse/ que também não há pessegueiros no seu quintal// mas como pode isso ser verdade/ se no meu quintal nunca me falta nada
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