poesia, Carlos Lopes Pires

domingo, 27 de fevereiro de 2022

ainda preciso de ti

porque me dás quase tudo

 

o nervosismo das manhãs

e a incerteza das noites

 

mas sobretudo

o que falta em cada uma

das minhas mãos

 

hoje sei

que tudo em mim

é um lugar desocupado

 

e que tu vens

pela areia adentro

 

devagar e depois

 

como se fosses

o mar

 

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