é um mistério.
pregado numa cruz
na parede do meu quartotodos os anos ao terceiro dia
desce e caminha
por entre os móveis e as portas
atravessa a poeira
e as marcas do que já não é
ergue as mãos no meu dentro
e chora nos meus olhos
depois volta a subir
descalço e triste
naquela coisa de tábuas
a cabeça de lado
os espinhos e o sangue
a boca aberta e muda
e morre outra vez
por mim(In a noite que nenhuma mão alcança, 30 Junho 2018)
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