não posso pedir-te que venhas comigo. nem posso pedir-te que vejas o mesmo que eu vejo. cada qual transporta a si mesmo. também não posso pedir-te que saibas do que eu sei e que todos os dias me acontece desde há muito. repara: estou cego e um cego não pode pedir aos outros que vejam o que ele mesmo não sabe que vê.
poesia, Carlos Lopes Pires
quinta-feira, 5 de abril de 2018
morreu alguém
mas não era nosso conhecido
foi uma bomba
ou talvez uma bala
mas nem a bomba nem a bala
eram nossas conhecidas amém (In "a noite que nenhuma mão alcança", Junho 2018)
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