poesia, Carlos Lopes Pires

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

            último poema
 
a meio da tarde
numa cidade
 
um homem parou
entre as coisas que trazia
 
esvaziou-se de tudo
 
ignorou as janelas
o vento a chuva
 
ajoelhou-se
contra o tempo
as paredes e os carros
 
e erguendo as suas mãos
o mais que pôde
 
tornou-se Deus
                         (In a minha poesia é uma ignorância, 2017)

Sem comentários:

Enviar um comentário