poesia, Carlos Lopes Pires

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

porque estás acima do mundo

das misérias e dos muros
e de tudo aquilo que me prende e dói

e acima do mundo
quando olho alguma coisa
nos teus olhos

e me parece que tudo
é tão grande

que nas tuas mãos deixo o cansaço
e as feridas que trago da cidade

o que chamam realidade
os papéis os compromissos
as portas e as datas
e sigo então as asas das gaivotas
que me dizem

que só tu estás
acima do próprio mundo

                                   (In a noite que nenhuma mão alcança, 2018)


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