poesia, Carlos Lopes Pires

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

aos que não têm
não são
não podem

e arrastados seguem
por todos os rios do mundo

o sangue a carne
isso que me dói sempre
e contudo

e este não obstante conforto
de vidas tão desiguais

os nomes os números
os infindáveis sacrificados

os que não importam
nem sabemos

o seu nome

               in "a noite que nenhuma mão alcança", 2018

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