todos
teremos perdido
de vista
alguémno ano que agora passa
um lugar a
menos na mesa
na rua ou
no autocarro
uma voz
que já só vive
nos
retratos
uma
ausência
que agora
notamos maisna forma de um desgosto
ou no
vazio sentido no peito
porque
possivelmenteaí morava
já que
todas as presenças
ocupam
partes do nosso corpo
e depois
são como as maçãs
em falta
numa árvore
possivelmente
desejamos
que no próximo anose mantenha tudo como está
as mesmas
árvores
as mesmas avese as mesmas mãos que definem
cada um
dos nossos amigos
e
possivelmente sabemos
que jamais
será assim
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