poesia, Carlos Lopes Pires

quinta-feira, 13 de junho de 2019

                             melancólico

se fôssemos como a chuva

e guardássemos na memória
as casas e os abraços
dos amigos

ou como a água do inverno
nas caleiras dos telhados
as lágrimas de tudo
o que nos doeu

o que a pouco e pouco se foi
sem nada deixar
na paisagem

nem rastos nem marcas
nem um sinal que seja

desta inútil passagem

                            (in onde crescem as maçãs, 2020)

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