não posso pedir-te que venhas comigo. nem posso pedir-te que vejas o mesmo que eu vejo. cada qual transporta a si mesmo. também não posso pedir-te que saibas do que eu sei e que todos os dias me acontece desde há muito. repara: estou cego e um cego não pode pedir aos outros que vejam o que ele mesmo não sabe que vê.
poesia, Carlos Lopes Pires
domingo, 16 de junho de 2019
a noite
passada Deus e eu
fomos rezar pela paz
no mundo
e isto funciona? perguntei
não
mas tornamo-nos melhores
e ajoelhou-se
entre as
lágrimas e o chão (in onde crescem as maçãs, 2020)
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