poesia, Carlos Lopes Pires

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

creio em tudo o que cai

creio na harmonia do chão

e seus derivados

 

creio nas formigas

 

não creio na gramática

do que está em cima ou voa

pois tudo os atrai para baixo

 

mas creio no silêncio

que é uma criatura do chão

 

assim os insectos

que se movem entre as coisas

e as tuas mãos de lama

 

creio no pó das estradas

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