todas as manhãs se levantam
e caminham para a morte
e das mãos erguem casas
desenham cores lápis algodão
abraçam os filhos e os retratos
olham o reflexo das lágrimas
que deixam pelo chão
e depois vão pelas tardes distraídos
misturam-se com as aves
evitam a chuva e os dias frios
mas morrem por todo o lado
ou então chegam tarde e à noite
e abraçam os filhos
inventam alegrias e palhaços
para que a vida não pareça
tão estreita
(a noite que nenhuma mão alcança, 2018)
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