poesia, Carlos Lopes Pires

sexta-feira, 2 de março de 2018


é noite
e chove sobre a humanidade

gritos de sangue e dor
debatem-se na água das poças e na lama

hoje a vida suspende-se por instantes

olhares de água e mãos de vento suadas
entram pelas casas dentro:

pedem-te lágrimas de silêncio.

apaga a lareira. põe-te fora de casa
e arrefece. enche-te de frio e adoece:
quanto faças em nada se aproxima
ou acrescenta:

no lado de lá da vida
a morte pulsa como um vulcão

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