poesia, Carlos Lopes Pires

segunda-feira, 12 de março de 2018

Roma construiu impérios, estradas, templos,
espalhou a cultura e a palavra
e ainda hoje é admirada.

Mas é na montanha que está a flor.

Homens duros, habituados a ver o inimigo
no escuro, fizeram as guerras justas e injustas
e todos acreditaram na sua justeza.

Mas é na montanha que está a flor.

Milénios de guerras e sangue, onde estão
os gritos e as dores?
Por cada milímetro de evolução,
quantas vítimas tombaram?
Livros, discursos, vaidades, para que servem?

É na montanha que está a flor!
 
                                              (In A Invenção do Tempo, 1993)

Sem comentários:

Enviar um comentário